quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Fados Modernos #1 - Fado da Bombagem (hidroeléctrica)

Deu-me para esta variação... Podem fazer o sing-along com o video!



Há para a sobrecarga
Um bom remédio afinal
É bombar e no momento
A rede fica igual
Não custa grande coisa
Já as turbinas Francis faziam
Uma inversão de sentido
Um caudal revertido
E a albufeira encheu

Refrão:

Quando as eólicas não param
Mete bombagem
Se os consumos baixaram
Mete bombagem
Haja nuclear à vontade
Mete bombagem
Por uma sobrecarga nocturna
Não passo no turno
Por um mau bocado
Se acaso a voltagem cedeu
É só fazer como eu
Sem suar, vai bombar!

Não é que não pareça
Estranho returbinar
Mas são as leis do mercado
Que estão aqui pra mandar!
Bomba-se barato à noite
Para de dia escoar!
Que no fim do mês afinal,
Vendo bem o que vale
É a €DP facturar!

sábado, 3 de abril de 2010

Poemas Lusos #1

Jorge de Sena - A Portugal

Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
A pouca sorte de nascido nela.

Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela, mas amigos são
por serem meus amigos, e mais nada.

Torpe dejecto de romano império;
babugem de invasões; salsugem porca
de esgoto atlântico; irrisória face
de lama, de cobiça, e de vileza,
de mesquinhez, de fatua ignorância;
terra de escravos, cu pró ar ouvindo
ranger no nevoeiro a nau do Encoberto;
terra de funcionários e de prostitutas,
devotos todos do milagre, castos
nas horas vagas de doença oculta;
terra de heróis a peso de ouro e sangue,
e santos com balcão de secos e molhados
no fundo da virtude; terra triste
à luz do sol calada, arrebicada, pulha,
cheia de afáveis para os estrangeiros
que deixam moedas e transportam pulgas,
oh pulgas lusitanas, pela Europa;
terra de monumentos em que o povo
assina a merda o seu anonimato;
terra-museu em que se vive ainda,
com porcos pela rua, em casas celtiberas;
terra de poetas tão sentimentais
que o cheiro de um sovaco os põe em transe;
terra de pedras esburgadas, secas
como esses sentimentos de oito séculos
de roubos e patrões, barões ou condes;
ó terra de ninguém, ninguém, ninguém:
eu te pertenço.
És cabra, és badalhoca,
és mais que cachorra pelo cio,
és peste e fome e guerra e dor de coração.
Eu te pertenço mas seres minha, não

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Andam-nos a atirar areia para a cara


Quando o Governo disse que o número de Pedidos de Patente Nacional aumentou 40%, devia achar que ninguém ia perceber que o número de Patentes Nacionais Concedidas caiu 7%.

Ou seja? O Governo rejubila por existirem mais 40% de paspalhos a encher os funcionários do INPI com trabalho inútil.

Hurrah!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Lema pós-Salazarista?

Questionar é o dever de todo o espírito inconformista e independente.

Questionamos a Moral e os seus Tabus;
Questionamos a Nação e o seu Futuro;
Questionamos o Governo e a sua Legitimidade;
Questionamos a Sociedade e os seus Costumes;
Questionamos o Dever do Trabalho e a Glória da Meritocracia.

Questiono-me sobre quantos de nós hoje em dia continuam a não questionar...