quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Adágios

Continuando a súmula de adágios espirituosos, aqui vão mais três:

"Um Alemão: um homem decente
Dois Alemães: uma festa
Três Alemães: uma guerra"

"Um Inglês: um idiota
Dois Ingleses: um Club
Três Ingleses: um Império"

"Um Português: um amigo
Dois Portugueses: um abraço
Três Portugueses: uma misericórdia"

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Quem sai aos seus não degenera.

Fui encontrar numa velha carteira do meu falecido avô um cartão de visita com a seguinte pérola:

"Meu cartão de apresentação!

Se não é porco;
Se não é faccioso;
Se não é frustrado, nem falhado;
Se não é atrasado mental;
Se não é invejoso;
Se não é hipócrita;
Se não é oportunista;
Se não é ladrão;
Se não é traidor à Pátria;

Então não é comunista e, como tal, tem um amigo ao seu dispor."

terça-feira, 2 de junho de 2009

O Enterranço



A diletância, característica fundamental num português que se preze, é agora por mim deixada de lado. Foram umas belas férias da prática intelectual interrompidas por constantes chamamentos do Manel (que chato!) e por uma quantidade absurda de eleições seguidas, que me obrigam a voltar à vida política. E com a política vem a opinião e a vontade de trazer ao Lodaçal quem aqui pertence, de enterrá-los bem na lama de que são feitos.

Começo já por enterrar os piores de todos, os reais culpados pelos políticos que temos, pela economia que temos, pela cultura provinciana que temos, enfim pelo país que temos: os portugueses! Mas como a tarefa é hercúlea pedi ajuda a alguém com mais força do que eu. Assim aqui fica Prado Coelho no seu melhor:

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO. Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país:
- Onde a falta de pontualidade é um hábito;
- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
- Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta. Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa. Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte... Fico triste. Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados! É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias. Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos: Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO. E você, o que pensa?.... *MEDITE*!

Eduardo Prado Coelho, in Público

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ironias


Em Janeiro pedi ao meu co-autor de blog, André Mega, que elaborasse um post sobre o Diletantismo. Cada dia que passa é uma promessa da qualidade do texto.

Saíste-me cá um Ega...

terça-feira, 24 de março de 2009

Portugal Revisitado

"Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai ter de fazer uma vigilância.

Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica preso no elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente, pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa. Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta. Ora esta coisa de um professor ficar com faltas injustificadas é complicada, por isso convém justificá-la. A questão agora é: como justificá-la?

Passemos então à parte divertida. A única justificação para o facto de ficar preso no elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma sala do exame com a camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestado médico. Qualquer pessoa com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do atestado médico será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença poderá justificar sua ausência na sala do exame. Vai ao médico. E, a partir deste momento, a situação deixa de ser divertida para passar a ser hilariante. Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso de Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do padre Melícias. A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os mesmos que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi ou o sucesso da TVI.

O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente. O presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regional sabe que ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está doente. O próprio legislador, que manda a um professor que fica preso no elevador apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente.

Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca, do elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente. Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente. Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional, útil e eficaz em certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos de sermos enganados ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade.

Lá nesse aspecto somos um bom exemplo do que dizia Goebbels: uma mentira várias vezes repetida transforma-se numa verdade. Já Aristóteles percebia uma coisa muito engraçada: quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e uma predisposição para sermos enganados. Mas isso é normal. Sabemos bem, depois de termos chorado baba e ranho a ver o 'ET', que este é um boneco e que temos de poupar a baba e o ranho para outras ocasiões. O problema é que em Portugal a ficção se confunde com a realidade. Portugal é ele próprio uma produção fictícia, provavelmente mesmo desde D. Afonso Henriques, que Deus me perdoe.

A começar pela política. Os nossos políticos são descaradamente mentirosos. Só que ninguém leva a mal porque já estamos habituados. Aliás, em Portugal é-se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas razões, o que significa que em Portugal não há boas razões para falar verdade. Se eu, num ambiente formal, disser a uma pessoa que tem uma nódoa na camisa, ela irá levar a mal. Fica ofendida se eu digo isso é para a ajudar, para que possa disfarçar a nódoa e não fazer má figura. Mas ela fica zangada comigo só porque eu vi a nódoa, sabe que eu sei que tem a nódoa e porque assumi perante ela que sei que tem a nódoa e que sei que ela sabe que eu sei.

Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal que assim seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não falo do cérebro, mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos e com vidas de sonho. Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao fim de três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos fingir que aquilo é tudo verdade.

Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemos malabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a Fortaleza. Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias, temos auto-estradas modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado, entulho, lixo, mato por limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com chapas de zinco, casas horríveis e fábricas desactivadas.

Portugal mente compulsivamente. Mente perante si próprio e mente perante o mundo. Claro que não é um professor que falta à vigilância de um exame por ficar preso no elevador que precisa de um atestado médico.

É Portugal que precisa, antes que comece a vomitar sobre si próprio."


- email, autor desconhecido.

segunda-feira, 2 de março de 2009

O sol quando nasce, não é para todos

O Governo anunciou há duas semanas que iria avançar com uma campanha de incentivo à produção de águas quentes através de sistemas solares térmicos, com descontos de 50%.

Contudo, hoje ao dar-se início ao processo, verificou-se que das cerca de 4000 empresas do sector, só duas é que estão abrangidas pelo programa de desconto, a Vulcano e a Ao Sol (detida por Diogo Vaz Guedes e pela Martifer).

Num negócio que pode atingir facturações de 50 milhões de euros/ano, a APIsolar e entidades austríacas já falam em providências cautelares sobre o que parece ser uma clara manipulação do mercado.

O Lodaçal rejubila em saber que a Martifer, que recentemente cooptou para seu administrador o Sr. Jorge Coelho, conseguiu que a sua Ao Sol, que não cumpre os requisitos mínimos indicados pelo Ministério da Economia para que os seus produtos sejam abrangidos pelo plano de descontos, apareça como uma das duas empresas que - afinal - estão em jogo.

Enquanto a entidade para a regulação da concorrência não se pronuncia, as outras 3998 empresas ficam - por enquanto - à sombra...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Mas estavam a espera do quê?

Há um ditado americano de que gosto muito, e reza assim:

"A recession is when my neighbour is out of work, a depression is when I´m out of work"

Trocadilhos à parte, eu pergunto-me: mas as pessoas julgam que a crise só afecta os outros? Certo, temos mais 70.000 desempregados em Janeiro, e a maioria esteve impotente enquanto o drama se desenrolava à sua frente, fruto de serem assalariados ou terem idades avançadas, etc...
Agora estes senhores têm mais é que se dar ao respeito. Há décadas que o fenómeno do "cafezinho de esquina" tem proliferado pela nação, nas aldeias ou nas urbes. A ASAE já tinha começado um processo Darwinista que penso ser muito importante, mas claro que a crise vai acelerar muito os processos.

Sempre houve excesso de cafés em Portugal. Conheci já várias pessoas cujo sonho é abrir um café - não um estabelecimento de respeito - note-se - com o charme duma Versailles ou um Majestic, nem uma decoração design que valorizem a experiência de ingorgitação de cafeína e bolos sortidos - quando estas pessoas falam em abrir um café, estão a falar de mesas-de-fórmica-toldo-amarelo-nicola-calendario-do-benfas-café!

Rejubilemos então, pela hecatombe dos snack-bars deste País, na garantia que os melhores exemplares sobreviverão para contar a história de como resistiram à Crise e a ASAE!

E lembrem-se das minhas palavras: as lojas de roupa serão as próximas!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A Voz do Povo

A SIC Online permite agora fazer comentários às noticias. Está a decorrer uma espécie de inquérito aos cidadãos sobre "O que faria se você mandasse?". Após ler alguns dos comentários, não resisti:

Rident Castigat Mores!

Mais calinadas aqui.

sábado, 24 de janeiro de 2009

"Dois Mil e Nove"

"Manuel entrou no átrio do edifício. O ar estava impregnado de pó derivado das obras no piso inferior, uma serra de disco gritava na distância, cheirava a aço e ferro de soldar. Na máquina de multibanco o ecran piscava com publicidade de cores garridas: "A Certificação Energética é Obrigatória"".

Podia ser um excerto do primeiro capítulo do "Mil Novecentos e Oitenta e Quatro" de Orwell, mas o livro é o novo regime de avaliação energética (RCCTE), que entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2009.
Para o leigo, basta referir que todas as habitações compradas desde o início do ano são obrigadas por lei a possuírem um Certificado Energético, que explicita a eficiência energética do imóvel.

Esta classificação - semelhante à que conhecemos nos electrodomésticos - indica uma qualificação geral que depende de parâmetros, tais como o isolamento térmico, sistemas de aquecimento, arrefecimento, águas quentes e fontes de energia renovável do imóvel. As classes vão desde A+ a G (a pior).

Enquanto estudante de engenharia, esta ideia de classificar os imóveis parece-me muito feliz, dado que consegue transmitir de uma maneira simples mas absoluta a qualidade de uma casa em termos de muitos parâmetros que o leigo normalmente desconhece e que têm implicações gravíssimas a longo prazo (tais como os custos para aquecimento e arrefecimento ao longo do ano).
Mas não há bela sem senão, e a perniciosidade da lei faz-se aflorar nos exemplos mais caricatos e inesperados. No caso em questão, o "imóvel" que o leitor pode observar na imagem é uma ruína, construída em 1907 e inserida numa propriedade agrícola, do qual fui proprietário até à uns dias. Qual o meu espanto quando decidi vender o terreno, fui informado pelo notário que teria de possuir um certificado energético para os "imóveis referenciados em caderneta urbana". Tentei explicar à senhora que os ditos imóveis eram ruínas, que não tinham tecto, água canalizada ou electricidade, pelo que não são possíveis de avaliar pelo RCCTE...

Resumindo e concluindo, duas semanas depois já tinha contratado um auditor energético (um dos dois únicos que existem no distrito inteiro!), que se deslocou à ruína, confirmou efectivamente que se tratava duma Classe G (no shit, Sherlock!), e em seguida fui informado que teria que pagar, alem dos honorários do perito, uma simbólica taxa de 51€ à ADENE para receber o meu Certificado (sem o qual a venda não se poderia realizar)...

Ah! Mas era dinheiro que queriam? Porque é que não disseram logo!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Este país não é para velhas

Vi as entrevistas aos dois principais candidatos a primeiro-ministro para as próximas legislativas. Sócrates disse que "vai ajudar todas as empresas que puder" e Ferreira Leite que "não tem dados suficientes para dizer, desde já, quais os investimentos públicos que cancelaria".

Neste país de palermas crentes, os valores de Ferreira Leite não a deixam ter a mínima hipótese contra Sócrates mais as suas afirmações irresponsáveis e inconsequentes.

É que a senhora não mente.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Aquele Abraço


Muitos (se não todos) dos nossos leitores masculinos já se depararam de certeza com esta situação: alguém ao despedir-se - em pessoa ou ao telemóvel - dizer "aquele abraço!".

Esta expressão sempre me intrigou. Qual será o abraço a que o meu interlocutor se estará a referir? O abraço forte do meu avô? Do meu pai? De um amigo que já não vejo há muito tempo? Ou será que existe um catálogo de abraços, tipo La Redoute, com todos os tipos de abraços, força, feitios, texturas?

"Olhe queria o XL em caxemira com biceps musculados e duas pancadinhas nas costas" "desculpe, o abraço que escolheu encontra-se esgotado, mas temos o mesmo em M com uma pancadinha apenas"... surreal!

Estas "irrealidades do quotidiano" que por vezes se enraizam no dia a dia sempre me fascinaram. Será que as pessoas do "aquele abraço" já pensaram no que estão a dizer, ou simplesmente apanharam o hábito de ouvido, como uma doença contagiosa propagando-se na idiomática portuguesa?

É infeliz, e não é inteligente. Para a próxima, vou convidar a pessoa a por o dito abraço n'"aquele sítio"!